Por Paulo Augusto Farina;
Eis que o jovem resolveu preparar
mudas de sua árvore querida. Separou todas as sementes que conseguiu:
150 sementes. Preparou o substrato, plantou todas na
mesma hora e as regava igualmente, todos os dias. Para a surpresa do jovem, das
150 sementes, apenas 50 germinaram. O jovem ficou triste, mas continuou cuidando de
todas igualmente.
Das 50 mudas, 10 cresciam
vigorosamente e as outras 40 cresciam em um ritmo mais lento. O jovem idealista
não se conformou. Onde teria errado? Por qual razão somente 10 das 50 mudas cresciam mais? O aprendiz de jardineiro, em sua visão limitada da Natureza, desejava que todas as mudas se desenvolvessem de maneira igualitária...
Para tanto, pensou, bastaria aumentar a
rega e a adubação das mudas menores. Entretanto, para sua surpresa, as mudas
menores não conseguiram acompanhar o crescimento das mais vigorosas! Diante do impasse, o aprendiz
de jardineiro resolveu tomar uma medida mais radical: Diminuir
a água e o adubo das mudas maiores! Observou que estas 10 mudas começaram a
crescer mais devagar, entretanto, continuaram a se sobressair.
Mesmo assim, o jovem aprendiz não
desistiu. Considerou que só havia um jeito de igualar a situação: Era preciso adotar uma medida mais drástica! Foi o que fez: Passou a podar as plantas
mais fortes e conservou a política de assistência especial às plantas menores.
Eis que,
após algum tempo, as mudas mais fortes estavam mutiladas e as menores
continuavam em seu ritmo. Foi então que seu pai, o Jardineiro, resolveu
intervir: Meu filho, não há como entrar em conflito com as Leis
Naturais. É impossível corrigir a Natureza e não se pode substituí-la!
Como você pode ver, todo o esforço empreendido neste sentido é nulo! O
máximo que você poderia ter feito era continuar a dar mais atenção às mudas
menores, porém, não deveria ter mutilado as plantas maiores! Observe como são
perfeitas as Florestas: Ali nenhum ser humano interviu nas Leis Naturais
arbitrariamente!
Linda fábula. Vejo que estamos diante de um novo e futuro Herman Hesse.
ResponderExcluirAbraço.
Sersank
Muito obrigado, Sérgio, mas estou longe do Mestre!
ResponderExcluirSaudades de ti e das longas prosas poéticas, políticas e literárias!
Fraterno Abraço de Rolândia!
Realmente uma bela fábula, é sempre um prazer ler textos assim.
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