quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Resposta a Dom Orlando Brandes!

O Arcebispo Orlando Brandes;

Dentre outros impropérios lamentáveis, o arcebispo de Aparecida, no último dia 12, acusou os conservadores de serem injustos e violentos. Seria ignorância ou má-fé? Cada um pode tirar suas próprias conclusões. No caso, os fatos desmentem o clérigo, senão vejamos: Não é a direita que enfia crucifixos na vagina; Que invade, incendeia e saqueia propriedades; Que mata rebanhos; Que promove o aborto, genocídios e ditaduras; Que seqüestra governos e protagoniza escândalos bilionários de corrupção; Que esfaqueia covardemente adversários; Que assassina reputações; Que defende criminosos; Que se alia aos narcotraficantes das FARCs e PCC; Que faz do ódio e da mentira armas de atuação política! Essa carapuça não é nossa; É de vossos aliados! Diga-me com quem andas que te direi quem és!

sábado, 28 de setembro de 2019

Dormideira: Uma cobra inofensiva!

Benjamim brincando com a Dormideira.


Dentre as 392 espécies de serpentes brasileiras uma, em especial, é facilmente encontrada em jardins e hortas. Nativa do Cerrado e da Mata Atlântica, a dormideira  (Sibynomorphus mikanii) é uma serpente inofensiva e não peçonhenta. É chamada de dormideira por seus costumes noturnos e temperamento dócil. A espécie é malacófaga, isto é, se alimenta essencialmente de moluscos. Além de bela e dócil ela é eficaz no controle das lesmas e caracóis. Recentemente encontrei uma no jardim e aproveitei para apresentá-la aos meus filhos que adoraram conhecê-la. Quando você encontrar uma dormideira, lembre-se: Não mate! Ela é muito importante para sua horta ou jardim. 

Jararaca dormideira (Sibynomorphus mikanii).

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Uma parábola sobre inveja e desejo!


Satã, certa vez, encontrou duas pessoas, uma invejosa e a outra cobiçosa. Ele disse: Que um de vocês peça algo e lhe será concedido; o outro, porém, receberá o dobro. O invejoso não queria tomar a iniciativa, para que seu companheiro não recebesse nada em dobro, mas o cobiçoso insistiu em que o outro fosse o primeiro a falar. Finalmente o invejoso pediu para que um de seus olhos fosse arrancado, assim o cobiçoso perderia dois! Comentário do Rav Bunim: Analogamente, esses dois vícios não são maus por si só. Apenas o modo como eles "funcionam" dentro das pessoas, são forças destrutivas. Fato pacifico, eles podem ser usados e canalizados para bons propósitos. O Talmud nos diz: A inveja do estudioso aumenta a sabedoria. Devemos nos lembrar que na antiga tradição judaica, nenhum traço ou capacidade humana é visto como inerentemente bom ou mau. Observe qualquer qualidade ou aspecto da natureza humana e verá que tal afirmação é verdadeira. Por exemplo: Nossa herança valoriza a submissão ou a agressividade? A humildade ou o orgulho? Tudo depende da hora, local ou circunstância!

Fonte: Irving Bunim, A Ética do Sinai: Ensinamentos dos Sábios do Talmud, p. 291 e 292.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Homenagem à Paulo Antônio Briguet!

Dois Paulos e um Benjamin.

Sou um dos sete leitores de Paulo Briguet e vos digo: Suas crônicas conferem à Folha de Londrina um valor atemporal. Briguet possui a rara qualidade de unir estilo ao conteúdo. Seus textos são fluídos e de leitura agradável, mas não é só isso que o torna um escritor excelente. Briguet escreve com coragem. Não me refiro, apenas, à coragem para enfrentar a patrulha ideológica. Esta, embora louvável, muitos políticos têm. Refiro-me a coragem para enfrentar o ego, lançando-se à uma avaliação crítica da própria existência, como forma de ato penitencial. Querem um exemplo? A Carta a um Nascituro. Briguet escreve com a Alma e só consegue escrever com a Alma aquele que tem Fé. Obrigado, Mestre!

sábado, 29 de junho de 2019

Travessia Alpha & Ômega: Uma Jornada Iniciática!

Equipe Alpha & Ômega 2019.

Já não sou mais o jovem Escoteiro da década de 90, tão pouco o neófito das Montanhas de 15 anos atrás, porém estou satisfeito com as Montanhas que percorri e os ensinamentos que aprendi desde minha Iniciação no Abrolhos.
Confesso que não estava me programando para fazer a mítica Travessia Alpha & Ômega: Tinha planos mais urgentes por concretizar nos Agudos e, na Serra do Mar, minha atenção se voltava para os cumes que ainda não fiz no Ibitiraquire.
Entretanto, numa dessas felizes coincidências (elas existem?) recebi um convite para a AΩ do Irmão Marcelo Knieling, de Campo Mourão. Imediatamente, convidei meu cunhado Lucas Zerbinati, que acabou embarcando na trip sem saber a magnitude da enrascada em que estava se metendo...
Após alguns dias, em uma visita ao CETEC do Clube de Montanha Norte Paranaense, acabamos fechando a equipe rolandense com os Irmãos Wanderley Massuci Neto e Henrique Tolkmitt, nosso famoso climber Cachoeira.
Eis que uma semana antes da empreita, o Lucão acabou descobrindo que a AΩ é considerada uma das Travessias mais difíceis do Montanhismo Brasileiro, com exceção, obviamente, das mega-travessias. Como era tarde demais para desistir, restava-nos tentar controlar a ansiedade e iniciar os preparativos!

A Travessia Alpha e Ômega na Serra do Marumbi.

Já foi dito e escrito que a AΩ separa os homens dos meninos. Fazendo uma analogia maçônica, posso assegurar que ela é a divisa entre os Aprendizes, Companheiros e Mestres. Trata-se, evidentemente, de uma jornada Iniciática onde tudo conta: Espiritual, mental, físico, consciente e subconsciente...
Pois bem. Partimos de Rolândia na véspera do feriado de Corpus Cristhi e aportamos na base do Canal, às 23h. O Lucão ficou na Defender e nós fizemos as “camas” na Lanchonete. Como a ansiedade não me deixou dormir, estava acordado quando os Frateres de Campo Mourão chegaram.
Além do Marcelo, a equipe mourãoense era composta pelo Paulo Weber e pelos “tratorzinhos” Marquinhos  "Credicoamo" e Alexandre “Graxa”.  À equipe se juntou o Irmão Thiago Jugler, de Quatro Barras, que conhecia a trilha até o Morro do Carvalho. Dali para frente, todos contávamos com o GPS do Weber...
Eram 4h quando o Onildo e a Lu entraram na AΩ. Em seguida, foi a vez da equipe liderada pelo Jonathan, Daniel Mayer, esposas e a Rose. 4h30m foi a nossa vez! Em pouco tempo chegamos ao cume do Canal (o primeiro dos 16 cumes) onde contemplamos um visual noturno incrível da metrópole curitibana!
Sem delongas, seguimos rumo ao Vigia aonde chegamos durante o alvorecer. Seguindo nossa maratona, alcançamos o Ferradura por volta das 9h30m. Após um breve descanso, atingimos o cume do Carvalho às 10h30m. Estávamos decididos: Diálogos frívolos eram cada vez mais raros na equipe.

No Acampamento Fantasma...

No vale que antecede o Sem Nome, alcançamos o Onildo. Trocamos algumas palavras e seguimos em nosso ritmo alucinado. Às 11h30m alcançamos o Acampamento Fantasma, um local rodeado de mistérios e suposições. Em minha modesta opinião, pode tratar-se de uma peça pregada por alguém...
Na subida do Sem Nome, alcançamos a equipe Johnny & Mayer. Mayer era mais aberto, Johnny mais reservado, de perfil militar. Formam uma dupla excelente. Imediatamente, senti simpatia por ambos. São grandes atletas e estavam realizando sua terceira AΩ. Enfim, teríamos companhia naquela imensidão...
No vale, enfrentamos nosso primeiro perdido. Recorremos ao GPS do Weber, que não correspondeu. Fizemos uma varredura e acabamos reencontrando a trilha. Esta seria nossa sina até o Boa Vista! Chegamos ao cume do Mesa às 13h30m. Enquanto a galera de Campo Mourão preparava um macarrão, fomos novamente ultrapassados pela equipe Johnny & Mayer... Era preciso seguir em frente!
Aceleramos rumo aos Alvoradas 4, 3 e 2. Dali para frente a trilha praticamente desaparece: Bambus, cipós, unhas de gato e gretas dificultam o progresso! Parte da equipe já dava sinais de esgotamento. O Cachoeira começou a reclamar do joelho e os perdidos eram constantes: A Travessia faz jus a sua fama!
No cume do Alvorada 3, as equipes acabaram reunidas novamente. O Onildo resolveu acampar por ali. Johnny & Mayer seguiram em frente. Por maioria, decidimos seguir até o Espinhento. No interior do vale mais e mais perdidos.

Vara Mato na Alpha & Ômega.

No vale do Espinhento encontramos uma convidativa clareira para duas barracas. Optamos por seguir em frente, enquanto Neto, Cachoeira e Thiago pararam por ali. Disseram que iriam acampar... Equipe dividida, dilema evidente, stress e mais perdidos! Acabamos reencontrando a equipe Johnny & Mayer.
Às 17h20m, a névoa tomava conta da Serra e a escuridão se avizinhava. Fomos fitando a trilha para auxiliar nossos comparsas que ficaram no interior do Vale. Finalmente chegamos aos campos do Espinhento. O clima era o pior possível: Vento, garoa e frio. Só nos restava montar o acampamento para passar a noite...
No apagar das luzes, em meio a densa névoa, eis que chegam Neto, Thiago e Cachoeira. Alívio geral! Tomaram uns perdidos e foram salvos pelas sacolas que amarramos naquelas ermas paragens... Acampamento montado, cozinhamos e tentamos avaliar o perrengue que enfrentamos e o que estava por vir!
Dormimos 12 horas consecutivas. As 7h acordamos sob a persistente garoa gelada. E a previsão de sol? Na Serra do Marumbi, previsões não valem nada!!! Aquilo é uma outra dimensão. Fizemos um rápido desjejum, vestimos nossas roupas surradas, molhadas e desmontamos o acampamento.
Partimos juntamente com a equipe Johnny & Mayer. A situação do Cachoeira se complicou bastante.  Passei a acompanhá-lo e testemunhei o esforço descomunal que ele empreendia. No cume do Pelado, fizemos uma pausa para fotos nos destroços da aeronave argentina que caiu na montanha em 1992, infelizmente, vitimando duas pessoas.

Destroços do Aero-Boero AB-115 no cume do Pelado.

Seguimos em frente. Após um quebra cabeça, acabamos entrando na famosa trilha Free-Way, que leva direto à Estação Marumbi. Neto, Tolkmitt e Thiago decidiram retornar por ali para o conforto da Civilização. Entregamos a chave do carro e ficamos de dar um sinal quando terminássemos a AΩ.
Voltamos para o cume e logo reencontramos a trilha correta para o Ângelo. Descemos um vale profundo e repleto de gretas ameaçadoras. A tensão era recompensada pela vegetação luxuriante: Um verdadeiro e intocado éden, descortinado por um seleto grupo de Montanhistas mais intrépidos...
A subida para o Ângelo, naquela situação climática foi exaustiva. A Rosa fez uma comparação, digna de registro, entre a  AΩ e a famosa Travessia da Serra Fina: Na Serra Fina, pelo menos, se consegue rezar; Hesse, com certeza, diria: A AΩ é só para os raros; Só para loucos! Chegamos no Ângelo perto das 14h30m.
Atingimos o cume do Leão pouco tempo depois. Naquela altura começava a ficar claro que terminaríamos a AΩ a noite. A escalaminhada para o Boa Vista é exigente. Atingimos esse cume às 17h. Houve uma breve abertura de tempo e conseguimos ver Curitiba, o Olimpo e a Usina Hidrelétrica do Marumbi.

A muralha entre o Boa Vista e o Olimpo!

Imediatamente entramos na Trilha que conduz ao Olimpo percorrendo uma muralha alucinante, com vários trechos de rocha exposta. Retornarei para percorrê-la com tempo aberto... Alcançamos o Olimpo às 18h. Alegria geral. Senti-me aliviado, como se estivesse chegado em casa!
Neste momento, eu e o Lucão decidimos acelerar para o Gigante. A galera de Campo Mourão seguiu com a equipe Johnny & Mayer. Chegamos a Ponta do Tigre sob os últimos raios de sol. Rochas molhadas, atenção redobrada. Pouco antes do cruzamento com a trilha do Abrolhos escutamos vozes na Montanha...
Quem seria? Nossos comparas? Impossível! Havíamos aberto boa distância. O Cosmo? Eles não sabiam que estávamos ali! Espíritos? Vai saber! Até hoje não encontrei explicação. Seguimos em frente. Nosso primeiro contato com a Civilização, foi ouvir o apito do trem! Logo em seguida enxergamos as luzes de Morretes. Enfim, havíamos deixado aquelas nuvens geladas! 
Às 20h chegamos a Estação Marumbi. Concluímos a lendária ∆Ω em 40 horas. Demos “entrada” oficial no Parque e fomos para o camping. Fizemos uma janta, conversamos com os Irmãos Escoteiros, tomamos um banho quente e montamos nossa barraca. Perto das 22h o pessoal de Campo Mourão chegou. Alegria geral! Enfim, dormiríamos realizados... No dia seguinte ainda teríamos que caminhar até Porto de Cima para esperar nossa carona.
As 4h levantei para mijar. Puta que pariu: Céu estrelado! Se tivéssemos partido na sexta, percorreríamos metade da travessia sob tempo perfeito... Mas, foda-se! Por algum motivo iniciático, era preciso percorrer a AΩ com aquele tempo tenebroso!

O camping da Estação Marumbi.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Memórias de Cume: História do Montanhismo Paranaense!



O Clube Paranaense de Montanhismo (CPM) vem desempenhando com louvor a guarda e arquivamento dos Livros de Cume da Serra do Mar Paranaense. Recentemente, o Clube iniciou um interessante projeto de digitalização deste vasto acervo. O Projeto "Memórias de Cume" revela a História do Montanhismo Paranaense sob a ótica de seus protagonistas! Foi bacana encontrar um registro meu no Ciririca, há 10 anos e ler relatos de outros Irmãos, em outras épocas... Pois bem. Paralelamente a este trabalho o CPM também está providenciando a substituição das “caixas” de PVC (que apresentam problemas de resistência e umidade) por novas, metálicas. Um trabalho semelhante precisaria ser feito no Agudo, Serra Chata, Agulha de Maack e no Pico do Meio (todos com "caixas" de PVC). Nossa sugestão: Acredito que seria mais interessante centralizarmos o arquivamento dos Livros da Serra dos Agudos no CPM...

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Os Landmarks da Alma...



Quais são os Landmarks de nossa Ordem? Qual é a compilação correta? Findel, Mackey, Pike, Pound ou outra? E quanto a terminologia? Landmarks, Old Charges ou Rules? Percebe-se que tal problemática é interminável e vêm rendendo centenas de títulos, milhares de artigos e muito debate!
Entendo que os Limites, Regras ou Antigas Obrigações podem ser sintetizadas como a Tradição, construída e aceita, ao longo dos séculos, pelos operários da Arte Real. Obviamente, não se trata de uma Tradição estática. Ela está (ou deveria estar) em constante aperfeiçoamento.
É pacífico que os Landmarks precedem as Constituições dos Grandes Orientes. Desempenham função estrutural, garantindo a sobrevivência da Ordem livre de desfigurações. Portanto, é benéfico para a Maçonaria que este tema seja objeto de apaixonados estudos, reflexões e debates. Que continue assim!
Pois bem. Ultimamente tenho meditado sobre uma outra categoria de Landmarks. Eu os chamo de Manmarks ou Marcos do Homem. Os Manmarks estão relacionados ao Eu Profundo, ou seja, ao que denominamos Alma. Percebe-se que são, portanto, de nossa livre escolha, consciente ou subconsciente.
Meus Manmarks, embora não sejam de minha autoria, foram de minha livre escolha: Os 10 Mandamentos! Não existe, existiu ou existirá Código Moral e Jurídico mais objetivo e perfeito no Universo! O Decálogo revelado por Moshê Rabeinu é, seguramente, a ferramenta primordial para todo Iniciado estabelecer os tão necessários e importantes limites do Eu!

domingo, 14 de abril de 2019

O Sagrado Arco Real de Jerusalém!


Em 1813, por ocasião da formação da Grande Loja Unida da Inglaterra, potência mãe da moderna Maçonaria, declarou-se: “A pura e antiga Maçonaria consiste de três graus e nada mais, ou seja: Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo a Suprema Ordem do Santo Arco Real”.  O Arco Real de Jerusalém (não confundir com o Real Arco do Rito de York) não é um Grau, mas uma belíssima e tradicional Ordem Simbólica. Suas Cerimônias são denominadas 'Rito Domático', termo empregado na Escócia desde o século XVII para diferenciar os Maçons Operativos dos Geomáticos ou Cavaleiros Maçons. Os primeiros registros das reuniões Domáticas ocorreram em 1793. No sistema inglês (Emulation Work) a Ordem é o ápice do Mestrado! Em nosso Estado, os Capítulos do Arco Real estão jurisdicionados à Grande Loja do Paraná e têm como Sumo Sacerdote, o Sereníssimo Grão Mestre, Valdemar Kretschmer. Todos os trabalhos do Rito Domático são dedicados à glória do Verdadeiro e Eterno Deus e ao estudo de sua Sagrada Torah. No último dia 07, o Capítulo Cavaleiros da Paz nº 05 empreendeu sua primeira Exaltação em Londrina. Sem dúvida, trata-se de um marco para a Maçonaria Norte Paranaense. Nossos agradecimentos aos Irmãos Fundadores e à muito respeitável Grande Loja do Paraná pelo belíssimo Trabalho! 

sábado, 6 de abril de 2019

A conquista do Pico do Meio na Serra Grande de Ortigueira!

Livro de Cume do Pico do Meio!

A história começa há mais de uma década, quando iniciei minhas peregrinações pela Serra dos Agudos. Naqueles tempos fazíamos a Travessia São Jerônimo/Pico Agudo (hoje esquecida) partindo do sítio do Frater Andrez Truber e cruzando o belíssimo vale do Rio Esperança até nosso Templo Maior. Era uma travessia do balacobaco, porém desconfio que as trilhas não existam mais... 
As estradas eram precárias. Chegar ao pé do P.A. (via Lambari), somente em um 4x4. O jeito era enfrentar quilômetros de caminhada, seguida por muito colonhão, samambaia e unha de gato. O prêmio pelas gotas de suor e sangue derramadas (bem como pelas roupas e mochilas rasgadas) era o visual incrível daquelas montanhas agrestes, frequentadas por poucos...
Desde meu primeiro contato com a Serra, fixei como meta percorrer todos os seus cumes. De lá para cá, estive no Agudo, Agulha de Maack, Taff, Serra Grande, Serra Chata e no último dia 30, no Pico do Meio (1.135 metros s.n.m. segundo a Carta  MI-2785-3 do IBGE). Resta o Portal...
Pois bem. Planejamos a trip na véspera. A meta era fazermos o Pico do Meio, o Portal e acampar na Serra Grande. Demos uma rápida olhada no Google Earth e decidimos ir pelo distrito de Briolândia.  Preparei areia, cimento e o tubo para o Livro,  pegamos a triton do meu pai e decidimos sair de Rolândia às 4h.
Às 3h30 meu cunhado Lucas Zerbinati já estava na porta de casa! Fiz o mate, acordei o Thomas (meu filho de 13 anos) e partimos! A viagem transcorreu bem até o Bairro dos França onde ficamos parados para abastecer até o posto abrir. Neste meio tempo descobrimos que o estepe havia sido roubado. Se o pneu rasgasse na Serra, estaríamos fodidos! Fizemos figas e seguimos em frente...
A estrada até Briolandia é tranquila. O trecho mais off-road começa após um grande reflorestamento. Engatamos 4x4 e eis que a viatura travou. Bate cabeça, problema resolvido e alcançamos o colo entre a Serra Grande e o Pico do Meio próximo às 8h. Nosso nível de cortisol já estava altíssimo...  

Vara mato na crista do Pico do Meio!

Sem delongas, partimos em direção a crista da Montanha. Após transpormos um trecho de colonhão (me lembrei do Pico Agudo, no início) ingressamos em um belíssimo fragmento de mata nativa que envolve toda a parte superior da Montanha. A presença de  exemplares de Peroba, Gabiroba, Canjarana, Caviúna, Ingás, Xaxim, etc. indicam que a área nunca foi desmatada.
Após uma hora de caminhada, ingressamos nos campos da parte superior da Montanha. A partir daí a coisa ficou desgastante! A vegetação é um emaranhado claustrofóbico de unha de gato, samambaias (Pteridium arachnoideum), capim gordura, lianas, arbustos e bromélias  espinhentas (Dyckias)... Cada metro percorrido nos custava um esforço descomunal... Não havia nenhum indício de presença humana por ali, fato posteriormente confirmado pela Lucrécia Guerreiro, Guia Turística nascida e criada na região, bisneta de colonizadores.  

Serra Grande, Rio Tibagi, Pico Agudo e Serra Chata.

Enquanto recobrávamos o fôlego, decidi subir em um arbusto para nos situar. Foi aí que me deparei, ao Norte, com o visual inédito do Rio Tibagi atravessando a Serra Grande e o Pico Agudo e, ao Sul, consegui avistar (uns 300 metros acima) o Perau que antecede o Cume! Estávamos indo bem...
Quando alcançamos o Perau, identificamos uma rocha saliente, excelente ponto para instalação do Livro. Decidimos seguir um pouco mais acima até o Cume que é amplo e oferece um lindo visual do lado ocidental e sul do Pico. Trata-se de uma área coberta por vegetação virgem com altura média de 1,20 metro, salpicada de arbustos e dracenas. É o espaço ideal para futuros acampamentos!
Dali, decidimos retornar para a Pedra que havíamos escolhido para o Livro. Enquanto eu preparava a argamassa, o Thomas assinou o livro de ponta cabeça... Poderia ter arrancado a página, mas nem pensamos nisso: Estávamos mais ocupados em processar toda aquela intensidade existencial! Guardamos o Livro, assentamos o Tubo, fizemos um lanche e descansamos um pouco... Decidimos abortar o Portal e, perto das 11h, retornamos.
Por razões óbvias, a descida foi mais tranquila. Perto das 12h conhecemos a turma da Lu e do Rato (Edilson Marques Reis) que haviam cruzado Tibagi de barco para acampar na Serra Grande! Eles confirmaram que a Fazenda foi comprada pela COPEL para fins de reflorestamento mitigatório em decorrência do alagamento provocado pela Usina Mauá. A sede da propriedade já foi demolida.
Perto das 14h30 decidimos subir a Serra Grande. Às 16h já estávamos com nosso acampamento montado. Caminhamos tranquilamente pelo cume observando ângulos maravilhosos do Agudo. A noite, céu limpo, estrelas cadentes e as espirais da Via Láctea ao alcance dos olhos... Fomos dormir realizados! Às 5h30 o despertador do Thomas tocou. Ele saiu da barraca e não voltou mais... Às 6h saí para ver o alvorecer emoldurado por um mar de nuvens fodástico!
Contemplamos a paisagem, tomamos um café, desmanchamos o acampamento e às 9h nos despedimos do pessoal. Graças à Deus, o pneu não furou, a embreagem não travou e às 12h30 chegamos em Rolândia para almoçarmos com a Família em uma boa Churrascaria! Valeu, Thomas e Lucão! Missão cumprida com louvor.

Amanhecer na Serra Grande!

quarta-feira, 3 de abril de 2019

1964: O Brasil entre Armas e Livros!




Acabo de assistir ao Documentário 1964: O Brasil entre Armas e Livros produzido pelo Brasil Paralelo. Trata-se de uma excelente pesquisa que destrói décadas de adulteração da história promovida pela esquerda. Participaram do projeto grandes intelectuais brasileiros como Luiz Felipe Pondé, Percival Puggina, Olavo de Carvalho, Flávio Morgenstern, Hélio Beltrão e outros. A equipe também viajou ao Leste Europeu visitando arquivos de Estado, colhendo documentos e entrevistando pesquisadores. Em poucas horas o filme ultrapassou a marca de um milhão de visualizações no Youtube! A verdade está sendo restabelecida e o mito fundador da esquerda, demolido: Não deixem de assistir!

terça-feira, 2 de abril de 2019

Seio, Pico ou Morro do Meio?

Pico do Meio e do Portal vistos da Serra Grande.

A conquista desta magnífica montanha de 1.135 metros de altitude no último dia 30 de Março (em breve publicarei o relato) me fez repensar a nomenclatura deste setor da Serra Grande de Ortigueira.
A história começa em 2007, ocasião de minha primeira peregrinação ao Pico Agudo. Na época, empreendi algumas pesquisas em Cartas Topográficas do IBGE buscando estradas de acesso, analisando altitudes, curvas de nível e os nomes dos seis principais Picos da Serra dos Agudos.
Foi assim que descobri que as duas montanhas ao sul da Serra Grande não possuíam denominação nos mapas oficiais. Em 2009, estive pela primeira vez na Chapada da Serra Grande, ocasião em que fiz belíssimos registros fotográficos. Infelizmente, não houve tempo para subir as montanhas “sem nome”.
Naquele tempo publicava as imagens no Panoramio, extinta plataforma vinculada ao Google Earth. Como não gostava de fotos sem título decidi batizar a extrema elevação sul como Portal (por ser a primeira no sentido do fluxo do Rio Tibagi) e a segunda, por razões óbvias, como Morro do Meio.
Para minha surpresa os nomes pegaram e acredito que deve ser pelo seguinte motivo: Quando o pessoal começou a descobrir os Agudos, as poucas referências que existiam na internet eram, justamente, as nossas fotos no Panoramio...
Muito bem. Então a história da nomenclatura dos Picos está resolvida, certo? Errado! Quando retornávamos do cume do Pico do Meio conhecemos Lucrécia Guerreiro, 56 anos, bisneta de pioneiros, nascida, criada e apaixonada pela região. Ela contou que em Sapopema os dois Picos são conhecidos como “Seios de Moça” devido ao ângulo de observação deles.
Seio, Pico ou Morro do Meio? O correto seria “Pico do Meio” vez que, segundo o dicionário, morro é uma “pequena elevação num terreno plano; outeiro; monte de pouca elevação; colina”. Vê-se bem que não é o caso de nossa querida Montanha!

Escarpas no Cume do Pico do Meio de Ortigueira!

sexta-feira, 15 de março de 2019

Simbolismo do Terceiro Grau!



Acabo de concluir a leitura da Obra ‘Simbolismo do Terceiro Grau’, do Irmão Rizzardo da Camino, de abençoada memória. Trata-se de uma objetiva instrução sobre a filosofia e objetivos do Grau de Mestre Maçom. Além de valiosas reflexões sobre a tradicional lenda de Hiran Abiff, Camino destaca as múltiplas influências que a Maçonaria recebeu, ao longo da história, das Ordens de Cavalaria, Rosacruzes e Hermetistas, relacionando-as às origens e desenvolvimento do sistema de 33 Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito. Divergências à parte (há autores que procuram negar ou mesmo relativizar tais influências), a pesquisa do Irmão Rizzardo é bastante convincente e elucidativa para a compreensão do último Grau da Maçonaria Simbólica. Trata-se de uma leitura deveras gratificante.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Belezas de Tamarana: O Salto Senador!



O Município de Tamarana, Norte do Paraná, é pródigo em belezas naturais. Além dos tradicionais Salto Apucaraninha e Serra do Arreio, a região revela outras cachoeiras belíssimas como esta (aproximadamente 30 metros) localizada na Fazenda Senador. Como se trata de propriedade privada, ter autorização é fundamental para se conhecer o local.