quarta-feira, 14 de março de 2012

Rolândia, a Terra Prometida!

Estátua Roland, aquarela de Sigfried Appel;

Rolândia é uma cidade especial. Infelizmente, as novas gerações desconhecem os intrigantes aspectos sociológicos, étnicos e políticos de nossa História. Estou realizando uma nova leitura da brilhante  dissertação de Ethel Volfzon Kosminsky, cujo título ilustra a presente publicação. Tal Obra foi editada pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 1985. Uma bem sucedida análise sociológica dos refugiados Judeus Alemães de Rolândia é um dos méritos de Kosminsky. Parêntesis às pertinentes referências históricas. Por que estes refugiados escolheram Rolândia? Vejamos: "É preferível emigrar de Berlin para a mata virgem do que para cidades de pouca cultura. Não podemos, só porque um louco governou a Alemanha, renegá-la. Em Rolândia, nós continuamos a cultivar a Cultura Alemã, de Goethe a Thomas Mann. A preocupação com a preservação da língua e da cultura manifestou-se pela criação do Pró-Arte e da Escola Roland;"  Sobre o cenário desolador do desmatamento em Rolândia, escreveu o ex-Ministro Alemão Koch-Weser: "Nessa mata virgem, que parecia existir de eternidade à eternidade, agora se intrometeu a Colônia Alemã com foice e machado. Zunindo em seu cair os gigantes do mato tombam com estrondo. Quatro a seis semanas mais tarde, queima-se a derrubada. O aspecto não é dos mais agradáveis: mato baixo em soqueiras carbonizadas no chão; árvores derrubadas, muitas vezes, ainda seguras em posição inclinada por galhos fortes; tocos de tamanhos impressionantes; só algumas árvores gigantescas se erguendo ao céu, que se pretendia poupar na esperança quase inútil de conservá-las em sua beleza, apesar do seu isolamento e ainda que seus troncos estivessem atacados pelo fogo; em seu total, o semblante de uma devastação miserável..." Sobre a religiosidade em Rolândia, escreveu Mathilde Maier: "Lá nos pilares da sala de estar e da Biblioteca estão pendurados três cápsulas de metal, como é costume os entre Judeus,  nas quais está escrito, sobre o pergaminho, os seguintes versos do livro de Moisés: Amarás o Eterno Teu Deus de Todo Coração e com Toda Tua Alma. Para nós isto sempre significou que só o amor à Deus, manifestado através da Natureza pode ajudar o Homem". Sobre o ecumenismo: "Na comemoração do Weinukah (Weinacht mais Chanukah) o senhor J rezou; depois eles jantaram. Segundo ela existe uma nova orientação do Judaísmo que vê Jesus como um grande rabino..." Em síntese: Trata-se de uma Obra fundamental para compreendermos nossa História.

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