A cada dia desperto um novo eu. Quem me conhece sabe que não tenho receio algum em mudar de opinião. Aprendi que os fatos sempre se encaixam, por mais desconexos que pareçam. Em cada uma das minhas fases existenciais tive um padrão musical e literário. Todos foram importantes. Fui abandonando o pensamento de esquerda quando tomei contato com a Escola Austríaca de Economia. Neste período, em literatura, foi uma fase de Kundera, Soljenítisin, Kertész, Ayn Rand e, na música: Rush! Além da genialidade artística, o trio canadense é a síntese musical de minha visão atual de mundo, vida e indivíduo, além de ser um grito atemporal contra todas as formas de totalitarismo: “Saiba que seu lugar na vida, é onde você quer estar!”
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Taipa, Ferraria e Ferreiro: Um ataque memorável!
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| A equipe no Taipa. |
Com o nascimento de meu quarto filho, o alvará de montanha andava curto em casa. Nos últimos meses, além de curtir minha bebê Eva e me dedicar ao jardim, estive imerso nos dramas ambientados nas montanhas dos Cárpatos (anos 30 e 40) por meio das obras do célebre escritor judeu, Aharon Appelfeld.
Quando minha esposa finalmente deferiu
o alvará, estabeleci como objetivo percorrer um setor do Ibitiraquire inédito
para mim, com um cronograma ousado: Fazer Taipa, Ferraria e Ferreiro de ataque,
partindo de Rolândia, após o expediente. Todos os convidados desertaram, menos
meu filho Thomas.
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| Thomas no Pico Ferreiro. |
Na véspera, por sugestão de meu cunhado Lucas, convidei Raphael Marques (Gambiarra) de Curitiba, que topou de imediato. A previsão do tempo estava ótima. Sexta à noite fizemos compras, arrumamos as mochilas e partimos. Liguei para o Gambiarra e combinamos o encontro na Fazenda Rio das Pedras.
Ofereci o volante ao Thomas para
sua primeira longa viagem. Para ajudá-lo, o velocímetro da Duster não estava
funcionando e passamos pelos radares usando a intuição... O menino mandou bem! Só
espero que não venham multas... Ligamos para o Gambiarra assim que chegamos na
Serra do Purunã.
As 4h30 estacionamos na Fazenda.
Gambiarra já nos esperava. Sem enrolação, calçamos as botas e pé na trilha,
colocando o papo em dia... Chegamos ao Getúlio antes do alvorecer. Saí sem
água, para me abastecer no córrego do Caratuva e, uma vez lá, seguimos o leito
seco em busca do precioso líquido...
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| Alvorecer no Getúlio. |
A trilha está evidente para
quem tem vivência em Montanha. Não tomamos nenhum perdido, não consultamos
aplicativos e chegamos ao Ferraria em cerca de 1h45 de caminhada. Pausa para
descalçar as botas, lanchar, preparar o cachimbo e lagartear, afinal estávamos
com tempo de sobra...
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| Thomas e Gambiarra no Ferraria. |
Após uma hora naquele belíssimo cenário, partimos rumo ao Ferreiro. Apesar de ser a parte menos frequentada da trilha, não tivemos dificuldades. Talvez, se o tempo estivesse zicado, as coisas teriam sido diferentes... Em montanha há muitas variáveis: estado de espírito, vivência, clima e preparo físico!
Ao chegarmos ao Ferreiro
encontramos dois jovens (Matheus e Vinicius) que estavam fazendo a Circular no
sentido inverso. Papo vai e o Gambiarra perguntou qual seria a próxima
Travessia deles. Pensei que iriam mandar um Marco 22, Alpha-Ômega,
Farinha Seca e o Vinicius responde: Serra Grande de Ortigueira!
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| Dupla promete ser a primeira a repetir a TSG. |
Daí em diante foi uma confraternização geral. Eles haviam tomado ciência do desafio montanheiro no Norte do Estado por meio de nosso relato em Alta Montanha. Explicamos que lá o negócio é mais embaixo. Para começo de conversa, a Serra Grande é um sertão, a vegetação é mais cerrada e, para ajudar, a Travessia nunca foi repetida, logo: facão e lima serão indispensáveis!
Nos despedimos dos confrades,
tomamos nossos últimos goles de água e partimos para o trecho final.
Rapidamente alcançamos a Cachoeira dos Putos para nos esbaldar na água gelada.
Seguimos pelo trecho final da Picada do Cristóvão, que já havíamos conhecido em
uma incursão do CUME à Janela da Conceição...
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| Na Cachoeira dos Putos. |
Chegamos à Fazenda às 15h. Conforme o planejado, retornamos para dormir em Rolândia, afinal sou muito fresco para dormir com roncadores. O Thomas foi babando todo o percurso. De Ponta Grossa em diante foi uma viagem difícil... No auge dos meus 40 e tantos cheguei à conclusão que mais vale uma noite mal dormida na Serra do que um perrengue na boleia!
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Castelo dos Bugres: O anfiteatro da Serra do Mar Norte Catarinense!
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| Thomas e eu no cume do Castelo. |
Há anos estava ensaiando alguma
excursão pelas Montanhas de Joinville por ocasião das minhas férias anuais em
Guaratuba. Desta vez, o plano inicial era fazermos o Pico Jurapê (mais exigente
da região) mas, como meu filho Thomas convidou dois amigos, Silveira e
Pansarini (que nunca haviam praticado montanhismo) acabamos optando pelo
belíssimo Castelo dos Bugres.
Este morro é uma formação de rochas graníticas sobrepostas,
no alto da Serra do Mar Norte Catarinense (aproximadamente 970 metros s.n.m),
cujo acesso se dá pela bela e turística estrada Dona Francisca. O percurso (cerca
de 4 km) é marcado por pequenos mananciais de água, exemplares de árvores
frondosas e muita biodiversidade vegetal e animal.
Fizemos a trilha em 40 minutos (no ritmo dos jovens) e chegamos ao cume com boa visibilidade. O alto da formação é um autêntico anfiteatro da Serra, de onde se contempla trechos imensos de Mata Atlântica, parte da Baía de Babitonga, o Jurapê, Morro Pelado, alto da Serra do Quiriri e vales circundantes...
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| Thomas e Pansarini contemplando o cenário. |
Uma lenda regional afirma que ali existe uma entrada
para o centro da Terra - procuramos, mas não encontramos... Outra
narra que, em noite de Lua Cheia, aparece um bugre montado
em um cavalo branco. Lendas à parte, ficamos lagarteando no alto da
pedra contemplando o fantástico cenário por cerca de 1h quando começaram a
aparecer os primeiros montanhistas catarinenses...
Decidimos descer para dar um tchi-bum na gélida cachoeira
existente no início da trilha. Chegamos lá em cerca de 35 minutos e
aproveitamos bastante! Perto das 12h seguimos para Joinville com a finalidade
de comprar fumo de corda e visitar o histórico Cemitério
do Imigrante (datado do Século 19) onde diversas personalidades da
região estão sepultadas.
Passeando entre as antigas lápides acabamos nos deparando com o
jazigo de um dos precursores do montanhismo catarinense: Johan
Paul Schmalz que, em 06 de junho de 1886, acompanhado por Bruno Clauser, Hahn, Jacob Schmalz, Otto Delitsch e mais
dois sujeitos definidos como “alugados”, atingiram o cume do Jurapê, após três dias de trabalho, abrindo uma trilha pela floresta extremamente cerrada.
Foi uma escalada autêntica, pois subiram a montanha apenas “porque
ela estava lá”. O Jurapê é uma montanha estética e imponente, com 1.100m de
desnível e terreno íngreme que sempre intrigou Schmalz que era um grande
apreciador e conhecedor das belezas naturais da região. Pelo valor histórico,
beleza cênica e por ser uma das Montanhas mais desafiadoras de Santa Catarina
um dia retornaremos para subir a emblemática Montanha de Schmalz!
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| A geladeira dos Bugres |
terça-feira, 19 de novembro de 2024
Aquatrekking no Ribeirão Cafezal!
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| Crianças e amigos na foz do Córrego Arapuá. |
Há um ano afastado das Montanhas (devido à gravidez de minha esposa) e compromissos na Ordem DeMolay, retomei uma atividade dos áureos tempos de adolescência: Explorar os Rios de Rolândia. Isto graças a insistência e cobranças dos meus filhos Benjamin e Thomas. Desde então, revisitei o Córrego das Amoreiras, Arapuá e praticamente todo trecho urbano do Ribeirão Cafezal (um dos mananciais de abastecimento de Londrina). Exploramos ainda outros trechos interessantes do Cafezal nas zonas rurais de Cambé e Rolândia. No início eram só eu e meus filhos, mas com a divulgação das aventuras nas redes sociais, alguns amigos se interessaram pela atividade, atualmente denominada aquatrekking. Já estamos programando novas incursões em outros trechos dos Ribeirões Cafezal e Três Bocas... Pois é: A quantidade de rios para se explorar em Rolândia e região dá pra uma vida toda - sem repetição! Eis o grande diferencial da modalidade.
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| Trecho do Ribeirão Cafezal em Cambé. |










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