quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Capítulo Getúlio Pereira Salerno retoma atividades!

Com o Grande Orador Estadual e nosso Oficial Executivo.

Sábado, 28, foi um dia especial. Nosso Capítulo, Getúlio Pereira Salerno, foi o primeiro do Norte do Paraná a retomar os trabalhos em Templo, após o recesso devido ao vírus chinês. O evento contou com as ilustres presenças do Grande Orador Estadual, Irmão Yuki Lopes Tamura, Oficial Executivo da Décima Região, Irmão Fernando José Souza e Silva e do Venerável Mestre da ARGBLS Ciência e Trabalho de Rolândia, Irmão Marco Aurélio Demarco. Na ocasião, o Capítulo foi agraciado com o Certificado de Referência Estadual e nós recebemos o Decreto de Reconhecimento, a Jóia e o Diploma do Grau Chevalier (grande honraria da Ordem Demolay). Alegria imensa e a sensação de gratidão à todos os Irmãos que me ajudaram nestes 24 anos de caminhada em nossa Ordem! À Deus e seus Domínios! Por DeMolay! Por meus Irmãos!  

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Dia da árvore na Praça Jacques DeMolay!

 

O Capítulo Getúlio Pereira Salerno nº 302 da Ordem Demolay participou do plantio de 60 mudas de Araucária na Praça Jacques Demolay, no Jardim Campo Belo, em Rolândia. A ação comemorativa ao Dia da Árvore foi organizada pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e também contou com a participação do Lions Club e das Irmãs Franciscanas do Coração de Jesus. Nosso Capítulo e Clube de Mães compareceram em peso demostrando que nossos Jovens estão preocupados com o Meio Ambiente: Parabéns!

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Em busca do Marco perdido da Serra Grande!

Pico do Meio, Serra Grande, Ybiangi e Serra Chata vistos do Pico do Portal.

A história começa em 2019, ocasião em que abrimos uma trilha para o cume do Pico do Meio, na Serra Grande de Ortigueira. Após a publicação de nosso relato, o Geólogo Geraldo Barfknecht (estudioso e apaixonado pelos Agudos do Tibagi) comentou sobre a existência de um marco geodésico perdido nesta Montanha, instalado pelo IBGE em 15/12/1956, indicando a cota de 1.135,98 metros s.n.m. 
Após esta revelação, acrescentamos a busca pelo Marco perdido ao nosso planejamento de 2020. Em maio, abrimos a Travessia da Serra Grande. O passo seguinte seria a abertura de uma trilha entre os Picos do Meio e do Portal, visando uma futura Travessia Portal/Serra Grande, com aproximadamente 20 km de percurso, que será a maior dos Agudos e do Norte do Paraná.


Lucas, eu e Marano no mirante do Marco Perdido.

No último dia 21, enfim, demos seqüência ao nosso planejamento. A equipe rolandense ficou assim constituída: Meu cunhado Lucas Zerbinati, Agner Grecco, meu filho Thomas Ben-Farina e, estreando na equipe, nosso querido Frater Luciano Aires (Marano) personalidade do cenário musical paranaense, ex-integrante da Banda Mais Bonita da Cidade e Terminal Guadalupe.
Partimos de Rolândia às 4h sob céu estrelado, temperatura amena e com a promessa de um dia perfeito na Serra. Após o reflorestamento, entramos na tela branca... Sem os Agudos como baliza, acabamos nos confundindo no labirinto de estradas e carreadores da região. Chegamos ao pé do Pico do Meio às 9h30. Decidimos seguir para o Portal e perto das 10h iniciamos a caminhada...

Eu, Thomas e Marano na Crista Sul do Pico do Meio. Ao fundo o Portal!

A ascensão ao Portal (1.095 metros s.n.m, segundo o Wikiloc) é fácil. Fisicamente equivale ao Morro do Getúlio, no Ibitiraquire. Não foi necessário abrir uma trilha, pois há caminhos de gado por toda face norte e leste da Montanha. O cume é parcialmente descampado com visuais belíssimos. Nos quadrantes Norte e Leste: Ybiangi, Serra Grande, Pico do Meio, Serra Chata, Serra do Gato e Cânion do Tibagi; Nos quadrantes Sul e Oeste: Usina Mauá, Telêmaco Borba, Natingui e a belíssima Serra do Cadeado (Apucarana).
Às 11h30, iniciamos a abertura de uma trilha pela face sudoeste do Pico do Meio. O trajeto pela floresta é tranqüilo. A grande dificuldade são as macegas e samambaias do cume. Perto das 12h30 chegamos a um mirante na borda do Perau (aproximadamente 60 metros acima de onde havíamos instalado o Livro no ano anterior). Fizemos uma pausa para descanso. Neste momento, observei um sinal de concreto em baixo do pé do Marano... Seria possível? Limpamos a vegetação e eis que o Marco Geodésico apareceu em perfeitas condições! Eufóricos, comunicamos nossa sorte aos Mestres Geraldo e Vitamina...
Após a descoberta, nos dirigimos ao Livro de Cume para a última tarefa do dia. Substituímos o caderno e providenciamos um invólucro (zip lock) visando mitigar os efeitos da umidade sobre o Livro. Com a missão cumprida antes do previsto, ficamos tranquilamente descansando, colocando o papo em dia e apreciando um dos visuais mais incríveis do Paraná! Uma necessária e fundamental higiene mental em tempos de Covid-19 e efervescência política...

Marco Geodésico do IBGE, instalado em 1956, no Pico do Meio.

domingo, 10 de maio de 2020

Concluída a Travessia da Serra Grande em Ortigueira!

Equipe na Face Norte (Foto Lucas Zerbinati).

Nem só ao Pico Agudo (Ybiangi, na linguagem dos índios Kaingangs) é dirigida a devoção dos montanhistas pés-vermelhos. Qual de nós, ao chegar ao ponto culminante da Serra dos Agudos, não se encantou com a imponência da Serra Grande, magnífica chapada de 7 km de extensão e 450m de altura à oeste do Rio Tibagi, Distrito de Natingui? Todos, seguramente!
Desde que fixei meus olhos na Serra Grande pela primeira vez, imaginei uma Travessia Norte-Sul. Infelizmente, na época, faltava-me um 4x4 para alcançá-la. Em 2009, de carona com irmãos de Londrina, estive nesta Chapada. Na ocasião, batizamos as duas primeiras elevações da formação como Pico do Meio e do Portal vez que, nos mapas do IBGE, tudo era Serra Grande!


Pico do Meio e do Portal vistos da Face Sul.

Sem dúvida, este vasto setor da Serra dos Agudos é a última fronteira para o Montanhismo Norte Paranaense. Cerca de um terço do maciço principal (porção sul) é formada por campos e pastagens. Seu cume é um diminuto planalto, com nascentes e um vale principal que despenca pela Face Oeste - uma empreita por este vale já está nos planos! A porção norte (cerca de dois terços da Serra) é constituída por florestas virgens e macegas espinescentes...

Campos na parte Sul da Serra Grande.

Pois bem. Foram anos estudando, mapeando e sonhando com esta Travessia. Finalmente, neste 01 de Maio, após muitas desistências (e adiamentos) conseguimos reunir uma equipe para tentar o feito: Meu cunhado Lucas Zerbinati, Agner Grecco, Raphael Marques (Gambiarra) e meu filho Thomas Ben Farina.
Pelos nossos planos, teríamos que abrir aproximadamente cinco quilômetros de trilhas por um terreno e vegetação inexplorados. Já os onze quilômetros restantes seriam percorridos por uma estradinha existente no interior do Cânion e pelos campos da Face Sul. Para aumentar a adrenalina, na véspera, tomamos uma decisão ousada: Tentaríamos realizar a Travessia de ataque!
Às 5h, partimos de Rolândia. 7:30h paramos no Bairro dos França para encontrar o Gambiarra (que veio de Curitiba), tomar um café e fazer necessidades. Chegamos ao pé da Serra perto das 9:30h. Como o tempo estava curto, decidimos subir a Serra Grande com a Defender: Nem preciso dizer que foi um tesão!

Ponto de partida na Face Sul.

Estacionamos a Land na borda do Perau, próximo a uma formação de Jerivás. Preparamos as mochilas com três litros de água por cabeça, na esperança de encontrar alguma fonte no interior do Cânion. Partimos às 10h percorrendo a borda do paredão e apreciando uma visão fantástica do Monte Ybiangi!
Após 2,5 quilômetros de caminhada, chegamos a um vale secundário (trata-se de um afluente do Córrego principal). Decidimos cruzá-lo rumo à Crista Leste. Ingressamos em bambuzal fodástico que recordou o Ferraria. Após alcançar a Crista, chegamos a um mirante espetacular. Logo após, para nossa surpresa, acabamos encontrando vestígios de trilha, por onde a caminhada fluiu bem.

Mirante frontal para o Ybiangi.

Seguimos por essa picada aproximadamente 800 metros até chegar a uma antiga cerca divisória. Dali pra frente dá-lhe facão, suor, lianas e espinhos: os sinais de presença humana desapareceram completamente! Um quilômetro adiante alcançamos outro bambuzal, ainda mais fechado. Após rápida consulta ao Wikiloc decidimos contorná-lo, corrigindo a rota no sentido nordeste.
Um parêntesis: Como o Wikiloc estava consumindo a bateria do Gambiarra (ele esquecera a recarga) consultas ao aplicativo eram restritas.
Vencido o bambuzal, seguimos no sentido Norte, onde constatamos a existência de outro vale. Batizamos a depressão como "Vale das Lágrimas" vez que, nesta altura do campeonato, além do desgaste, ficou claro que a Travessia seria concluída a noite. Provavelmente no Vale há uma nascente, porém não investigamos...

Abrindo a trilha pela Mata Virgem.

Vencida a sela, começamos a subir a antepenúltima elevação da Serra Grande. Desviamos a trilha no sentido noroeste em direção ao cume e eis que estourou uma bolha em meu calcanhar. Batizamos esta elevação (1.054 metros s.n.m.) como “Calcanhar”.  Fizemos uma pausa e eu aproveitei a hora do lanche para descalçar as botas e colar uns esparadrapos em meu combalido panázio...

Últimas elevações da Face Norte vistas do "Calcanhar"...

Relativamente recompostos, corrigimos a rota no sentido nordeste e tivemos a primeira visão de nosso objetivo: As duas elevações finais da Serra! Com a Taça praticamente nas mãos, o moral da equipe foi às alturas. Encaramos uma baita pirambeira e logo começamos a subir o penúltimo cume. Batizamos esta elevação (1.036 metros s.n.m.) de Guarani, em homenagem ao querido Grupo Escoteiro de Rolândia (46PR), fundado em 1967, afinal foi lá que essa história começou...


Quiçaça entre os Picos Guarani e Caviúna.

Do alto do Guarani, avistamos de perto nosso último objetivo: Um gracioso pináculo coberto por gramíneas amareladas. O cansaço desapareceu, cruzamos a sela e começamos a subir o monte. A encosta da elevação é um emaranhado de samambaias (Pteridium arachnoideum) que dificultou nosso avanço.


Thomas, Lucas e Gambiarra assinando o Livro.

Às 14:50h chegamos ao Cume (1.040 metros s.n.m.). Dali se têm um 360º magnífico da Serra Grande, Portal, Morro do Taff, Cânion do Rio Tibagi, Vale do Esperança, Serra do Gato, Serra Chata, Ybiangi, Serra do Arreio, Pedra Branca e Serra do Cadeado... Batizamos o Pico de “Caviúna” em referência à esta árvore nativa e ao nome de Rolândia durante a 2ª Guerra Mundial (nomes de origem alemã foram proibidos por Vargas durante o conflito).


Serra Chata e Pico Agudo vistos da Face Norte.

Montamos um pato para sinalizar e proteger o tubo do Livro de Cume. Mapeamos a trilha pelo Wikiloc até este ponto. Gostaríamos de ter ficado mais tempo por ali, mas ainda tínhamos cerca de 10 km pela frente... Iniciamos a descida pela Face Leste (uma baita pirambeira e quiçaça), mas nada detinha nosso ânimo!

Descida pela Face Leste...

Chegamos à estradinha existente no interior do Cânion às 17:00h: Sujos, rasgados, exaustos, quebrados, com fome e sede! Descansamos um pouco e seguimos... Após uma hora de caminhada chegamos às ruínas da antiga casa do Seu Jorge "Curiango". Infelizmente, não havia água por ali, mas as doces laranjeiras do pomar estavam carregadas: Foi a salvação! Um pouco mais adiante atingimos a gigantesca Figueira Branca: uma das maiores árvores que já vi... Pausa para fotos e seguimos, pois o sol já havia se posto atrás da Chapada...

A centenária Figueira Branca no interior do Cânion!

Neste momento, o ânimo da moçada começou a baixar. Nossas olheiras e lábios já anunciavam um princípio de desidratação. Devoramos as últimas laranjas do "Curiango" e tocamos em frente. Caminhamos mais um quilômetro quando encontramos uma minguante fonte que descia da Serra: Alívio geral!
Iniciamos a subida da Serra Grande perto das 18:30h. A temperatura despencou rapidamente. Hidratados, o perrengue final foi suportável. Chegamos às viaturas perto das 19:30h, totalizando 9:30h de jornada. A noite estava perfeita: Montamos o acampamento, acendemos a churrasqueira, fumamos um cachimbo e tomamos várias cervejas, afinal nem só de perrengue vive um Montanhista!

Mágico alvorecer após a realização de um sonho!

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Os Saltos do Bartira e do Jaborandi!

Salto do Ribeirão Bartira.

Há algum tempo os amigos do Bartira têm me falado sobre dois saltos lindíssimos no entorno deste Distrito de Rolândia. O pessoal costuma chamá-los de “Jamaica” em referência à Fazenda onde se situam. Seguindo as dicas, consegui mapeá-los no Google Earth. Com o mapa na cabeça, não foi difícil encontrá-los. Embora os tenha acessado pelo bucólico Distrito do Bartira, posteriormente constatei que os mesmos se localizam no Município de Cambé. O primeiro Salto, no Ribeirão Bartira, situa-se ao lado de um lajeado que serve de transposição à uma estrada vicinal que faz a ligação do Bartira à PR 536 (Estrada da Prata). O segundo Salto, fica a uns 700 metros acima da foz do Ribeirão Jaborandi que, unido ao Ribeirão Bartira, desemboca poucos quilômetros abaixo no Ribeirão Vermelho. Considerações geográficas à parte, tratam-se de dois Saltos belíssimos, em mananciais totalmente rurais, ou seja: Livre de contaminantes urbanos e industriais. Vale a pena conhecê-los!

Salto do Ribeirão Jaborandi.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Peste chinesa...


Pico em abril;
Pico em maio;
Pico em... agosto?
Abre o comércio;
Fecha o comércio;
É uma gripe;
Não é uma gripe;
Põe a máscara;
Tira a máscara;
Toma hidroxicloroquina;
Não toma hidroxicloroquina;
Há grupos de risco;
Todos estão no grupo de risco;
Vai morrer; Não vai morrer!
Tá difícil um consenso, ein?
Moral da história: Cuide da sua vida.
O Governo e a mídia não farão isso por você!

quinta-feira, 2 de abril de 2020

A vida é uma grande Travessia!


A vida é uma grande Travessia. A maior Alpha & Ômega que se têm notícia! É verdade que não estamos sozinhos, porém, nenhum dos nossos companheiros já fez esta aventura: Estamos todos no mesmo espaço-tempo! Durante a jornada, haverá dias de sol e tempo ameno; Haverá campos onde será fácil avistar a Montanha seguinte... Paragens bucólicas com frutas e nascentes... A caminhada fluirá e a ansiedade ficará distante! Nestes dias, esquecemos que haverá dias de chuva, frio, névoa e vegetação espinescente... Haverá lugares onde a trilha desaparecerá e não será possível retornar... Onde o passo seguinte será dado no escuro e o futuro será incerto: Haverá bom tempo? Encontraremos a trilha ou teremos que abrí-la? Haverá dédalos? Precipícios? Quantas montanhas restam? Onde e quando atingiremos o Ômega? Não sabemos! A única coisa que nos resta é seguir adiante, apesar da grande incerteza!


(Reflexões em tempos do Vírus Chinês)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Meu momento mais mágico na Ordem Demolay!

Instalação da Diretoria e Conselho Consultivo de 2020.

Sou um apaixonado pela Ordem Demolay. Fui Iniciado em 09 de Novembro de 1996, no dia da fundação do Capítulo Rolândia, hoje Getúlio Pereira Salerno nº 302. Sou infinitamente grato pelos Irmãos que tenho e pelos ensinamentos que recebo. Não me canso de trabalhar pela Ordem! Dia destes, um Irmão perguntou qual teria sido o momento mais emocionante destes 23 anos. Por alguns instantes, um filme passou pela minha cabeça: Iniciação, Elevação, Investidura, Instalação, Chevalier... Tudo isso foi inesquecível, mas, o momento mais mágico desta história foi a Iniciação do meu filho Thomas no Capítulo que ajudei a fundar. Isso foi em 28 de Abril de 2018. De lá para cá, a Jornada continuou: Em 2019, tive a honra de ocupar a função de Consultor do Capítulo e, atualmente, por convite dos amados Irmãos da Loja Maçônica Ciência e Trabalho assumi a função de Presidente do Conselho Consultivo. Agradeço o apoio e rogo o auxílio de nosso Grande Pai Celestial em mais um ano de trabalho para o bem de nossa amada Ordem!

sábado, 1 de fevereiro de 2020

A questão da equivalência entre as Ordens do Rito Francês e os Altos Graus do Rito Escocês


Primeira Ordem: Eleito Secreto
       
         Com o Mestrado, vários caminhos se abrem diante do Maçom. Fato pacífico, cada Rito possui seu próprio sistema de aperfeiçoamento e, tal como ocorre no Simbolismo, os Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito são os mais praticados no Brasil. Por esta razão, a questão da correspondência ou equivalência entre os sistemas, cedo ou tarde, interessará ao iniciado nas Ordens do Rito Moderno e Francês. 

    Historicamente, visando coibir à proliferação indiscriminada de Graus e estabelecer uma doutrina própria para o Rito Moderno, o Grande Oriente da França instituiu, em 1782, uma Câmara de Altos Graus. Foi este órgão que, em 1784, promoveu a unificação de sete Soberanos Capítulos Rosa-Cruz, criando uma nova instituição denominada Grande Capítulo Geral de França.

         Este Grande Capítulo, sob a orientação de Roettiers de Montaleau, efetuou a análise e o estudo de uma centena de graus e redigiu Rituais próprios, dividindo-os em Ordens, a saber: 1ª Ordem: Eleito Secreto; 2ª Ordem: Eleito Escocês; 3ª Ordem: Cavaleiro da Espada ou Cavaleiro do Oriente; 4ª Ordem: Cavaleiro Rosa-Cruz e a 5ª Ordem: Ilustríssimo e Perfeito Mestre. Segundo o Ir∴ Antônio Onías Neto houve um período, em Portugal, no qual a Quinta Ordem chegou a funcionar com um Grau 8 (Kadosh Perfeito) e um Grau 9 (Grande Inspetor).

        Os chamados Altos Graus Escoceses, tinham como especificidade vincular-se às origens cavalheirescas da Maçonaria. Este fenômeno franco-alemão, surge depois da tese apresentada pelo Cavaleiro Ramsay, em 1736,  na Loja Le Louis d´Argent: após a dissolução da Ordem do Templo pelo Papa Clemente V e o Rei Felipe, o Belo, em 1312, alguns Templários  teriam encontrado refúgio em Heredom, daí a origem do termo Escocês nos Ritos Maçônicos e de escocismo nos Altos Graus.

       É certo, portanto, que a codificação de 1784, já incluía uma quinta Ordem que atuaria como “Academia detentora de conhecimentos provenientes de outros sistemas e grupo de coordenação administrativa”. Com o Regulateur de 1801, todos os graus do Rito Moderno passaram a ter o seu ritual.

         Como explica o Ir Villalta a carreira iniciática de um Maçom do Rito Moderno, nos Altos Graus, passava pelas quatro Ordens. A quinta não continha nenhum ensinamento iniciático particular e novo, visto que o grau de Rosacruz guardara durante o período de 1784 a 1786 o status de nec plus ultra do Regime Moderno e Francês. O regulamento, fixado em 1784, afirma:

Artigo 29: A 5ª Ordem compreenderá todos os graus físicos e metafísicos e todos os sistemas adotados pelas associações maçônicas em vigor.

      Atualmente, no Brasil, se reorganizou o Rito, mantendo-se a quinta ordem e subdividindo-a em dois Graus: 8º Grau - Cavaleiro da Águia Branca e Preta, Kadosh Filosófico e o 9º Grau - Cavaleiro da Sapiência.   
          
       As semelhanças entre as Ordens do Rito Francês e os Altos Graus do Rito Escocês não é mera coincidência, vez que a Maçonaria continental do século XVIII foi Moderna, inclusive para os Graus escoceses. O que o Grande Capítulo Geral fez, em 1784, foi redigir para cada uma das quatro Ordens, um único grau, destinado a refletir sua essência fundamental.  

       A tragédia dos três companheiros assassinos do Mestre Hiran Abiff, julgados e condenados pelas próprias consciências, guarda um paralelo incrível com a obra Crime e Castigo de Dostoiévski. Neste clássico, o personagem principal Rodion Raskólnikov, após cometer o assassinato de uma velha agiota, movido por intenções altruístas, não chega a usufruir do ganho delituoso devido ao arrependimento. Acometido por dramas psicológicos terríveis acaba por confessar o delito e entregar-se a Justiça para cumprir a pena que lhe fosse imposta. 

REFERÊNCIAS:

CAMINO, Rizzardo. Os Graus Inefáveis (4º ao 14º do Rito Escocês Antigo e Aceito): Loja de Perfeição. Quarta Edição. Rio de Janeiro: Editora Aurora.
GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO: Comunicado Oficial do GOSP sobre os Altos Corpos Filosóficos: http://gosp.org.br/comunicado-oficial-do-gosp-sobre-os-altos-corpos-filosoficos-2
MATA, Joaquim Villalta. Em Ouro & Azul: Reflexões, estudos e ensaios sobre o Rito Moderno e Francês. Tradução: José Filardo. 2ª edição, Londrina: Editora A Trolha, 2018.
NETO, Antônio Onías. O Rito Moderno: https://arquitetosdoprogresso.mvu.com.br/site/o-rito-moderno/MoacLmmaLZk-3/atr.aspx
SUPREMO CONSELHO DO RITO MODERNO: http://www.scrm.org.br
VIANA, Cléber Tomás. Ritos Franceses Tradicionais. Novos Ritos ou ramos diferentesa da mesma árvore? http://ritomodernobrasil.org/rito-franceses-tradicionais-novos-ritos/
DOSTOIÉVSKI, F.M. Crime e Castigo. São Paulo: 34, 2001.