segunda-feira, 17 de maio de 2021

Apenas um excêntrico?


Desde criança fui considerado um excêntrico. Minhas brincadeiras eram totalmente incomuns. Convenhamos: Quantas crianças se divertem construindo chaminés, encanamentos ou redes elétricas de maneira obstinada? Quantas acham graça em brincar de serem candidatas, com direito a santinhos, cartazes e comícios na vizinhança? Em 40 anos de vida, não encontrei outra. Poderia continuar enumerando diversos outros hiperfocos do pretérito ou do presente, mas creio que estes exemplos já são suficientes. Embora tenha desenvolvido habilidades comunicativas (benefício que a política me trouxe, a custo de alguns traumas), confesso que sempre tive dificuldades em entender certas regras, comportamentos e etiquetas sociais. Até hoje, apesar da vigilância constante, vez ou outra, dou um bola fora... O que para a maioria é normal, para mim não faz muito sentido e vice-versa! Apesar dos pesares, com o tempo fui me conformando e adaptando... Eu sou assim, fazer o quê! Pois bem. Há um ano, um dos meus filhos foi diagnosticado com a síndrome de Asperger (autismo leve ou de alto desempenho). Como a síndrome é genética em 90% dos casos, resolvi fazer o Aspie-Quiz. Nenhuma surpresa: O resultado foi que tenho ambas características (neurotípicas e neurodiversas), ou seja: Provavelmente também estou no espectro! O teste não é oficial, não substitui o diagnóstico médico e possui confiabilidade de 70 a 85%. Mas isto já explica muita coisa...