Desde criança fui considerado
um excêntrico. Minhas brincadeiras eram totalmente incomuns. Convenhamos:
Quantas crianças se divertem construindo chaminés, encanamentos ou redes
elétricas de maneira obstinada? Quantas acham graça em brincar de serem
candidatas, com direito a santinhos, cartazes e comícios na vizinhança? Em 40
anos de vida, não encontrei outra. Poderia continuar enumerando diversos outros hiperfocos do pretérito ou do presente, mas creio que estes exemplos já são
suficientes. Embora tenha desenvolvido habilidades comunicativas (benefício que
a política me trouxe, a custo de alguns traumas), confesso que sempre tive
dificuldades em entender certas regras, comportamentos e etiquetas sociais. Até
hoje, apesar da vigilância constante, vez ou outra, dou um bola fora... O que
para a maioria é normal, para mim não faz muito sentido e vice-versa! Apesar dos pesares, com
o tempo fui me conformando e adaptando... Eu sou assim, fazer o quê! Pois bem. Há um ano,
um dos meus filhos foi diagnosticado com a síndrome de Asperger (autismo leve
ou de alto desempenho). Como a síndrome é genética em 90% dos casos, resolvi
fazer o Aspie-Quiz. Nenhuma surpresa:
O resultado foi que tenho ambas características (neurotípicas
e neurodiversas), ou seja: Provavelmente também estou no espectro! O teste não é oficial, não substitui o diagnóstico médico e
possui confiabilidade de 70 a 85%. Mas isto já explica muita coisa...