quinta-feira, 25 de junho de 2020

Em busca do Marco perdido da Serra Grande!

Pico do Meio, Serra Grande, Ybiangi e Serra Chata vistos do Pico do Portal.

A história começa em 2019, ocasião em que abrimos uma trilha para o cume do Pico do Meio, na Serra Grande de Ortigueira. Após a publicação de nosso relato, o Geólogo Geraldo Barfknecht (estudioso e apaixonado pelos Agudos do Tibagi) comentou sobre a existência de um marco geodésico perdido nesta Montanha, instalado pelo IBGE em 15/12/1956, indicando a cota de 1.135,98 metros s.n.m. 
Após esta revelação, acrescentamos a busca pelo Marco perdido ao nosso planejamento de 2020. Em maio, abrimos a Travessia da Serra Grande. O passo seguinte seria a abertura de uma trilha entre os Picos do Meio e do Portal, visando uma futura Travessia Portal/Serra Grande, com aproximadamente 20 km de percurso, que será a maior dos Agudos e do Norte do Paraná.


Lucas, eu e Marano no mirante do Marco Perdido.

No último dia 21, enfim, demos seqüência ao nosso planejamento. A equipe rolandense ficou assim constituída: Meu cunhado Lucas Zerbinati, Agner Grecco, meu filho Thomas Ben-Farina e, estreando na equipe, nosso querido Frater Luciano Aires (Marano) personalidade do cenário musical paranaense, ex-integrante da Banda Mais Bonita da Cidade e Terminal Guadalupe.
Partimos de Rolândia às 4h sob céu estrelado, temperatura amena e com a promessa de um dia perfeito na Serra. Após o reflorestamento, entramos na tela branca... Sem os Agudos como baliza, acabamos nos confundindo no labirinto de estradas e carreadores da região. Chegamos ao pé do Pico do Meio às 9h30. Decidimos seguir para o Portal e perto das 10h iniciamos a caminhada...

Eu, Thomas e Marano na Crista Sul do Pico do Meio. Ao fundo o Portal!

A ascensão ao Portal (1.095 metros s.n.m, segundo o Wikiloc) é fácil. Fisicamente equivale ao Morro do Getúlio, no Ibitiraquire. Não foi necessário abrir uma trilha, pois há caminhos de gado por toda face norte e leste da Montanha. O cume é parcialmente descampado com visuais belíssimos. Nos quadrantes Norte e Leste: Ybiangi, Serra Grande, Pico do Meio, Serra Chata, Serra do Gato e Cânion do Tibagi; Nos quadrantes Sul e Oeste: Usina Mauá, Telêmaco Borba, Natingui e a belíssima Serra do Cadeado (Apucarana).
Às 11h30, iniciamos a abertura de uma trilha pela face sudoeste do Pico do Meio. O trajeto pela floresta é tranqüilo. A grande dificuldade são as macegas e samambaias do cume. Perto das 12h30 chegamos a um mirante na borda do Perau (aproximadamente 60 metros acima de onde havíamos instalado o Livro no ano anterior). Fizemos uma pausa para descanso. Neste momento, observei um sinal de concreto em baixo do pé do Marano... Seria possível? Limpamos a vegetação e eis que o Marco Geodésico apareceu em perfeitas condições! Eufóricos, comunicamos nossa sorte aos Mestres Geraldo e Vitamina...
Após a descoberta, nos dirigimos ao Livro de Cume para a última tarefa do dia. Substituímos o caderno e providenciamos um invólucro (zip lock) visando mitigar os efeitos da umidade sobre o Livro. Com a missão cumprida antes do previsto, ficamos tranquilamente descansando, colocando o papo em dia e apreciando um dos visuais mais incríveis do Paraná! Uma necessária e fundamental higiene mental em tempos de Covid-19 e efervescência política...

Marco Geodésico do IBGE, instalado em 1956, no Pico do Meio.