Já
fui esquerdista e dos mais tresloucados! Fazia verdadeiros malabarismos mentais
para tentar justificar a ideologia. Estudava com afinco a história da União
Soviética e seus satélites na tentativa de encontrar uma explicação para os horrores e o colapso do socialismo. Anos mais tarde fui encontrá-la na Escola Austríaca de
Economia.
Recordo
do meu processo de conversão: Após perder a fé no socialismo e transitar algum tempo pela
social democracia, o mais difícil foi vencer o preconceito lastreado
pela estética politicamente correta. Confesso que nas primeiras vezes
que me rotularam como “direitista” e “reacionário” um calafrio percorreu minha
espinha...
Há
quinze anos, não existia movimento liberal-conservador organizado no Brasil.
Havia Olavo de Carvalho, a Escola Austríaca incipiente e algumas tímidas vozes
dissonantes da hegemonia esquerdista na mídia e na internet. Me sentia em um
deserto e as perspectivas políticas eram as piores possíveis no curto e médio prazo...
Os
eventos de 2013 marcaram o início do meu rompimento com o preconceito estético.
Creio que para muitos. Já não me incomodavam os rótulos que os antigos
“companheiros” lançavam contra mim. Pelo contrário: De liberal envergonhado
passei ao contra-ataque em meu blog pessoal e em uma coluna semanal que
mantinha no Jornal Manchete do Povo. Era o que estava ao meu alcance...
No
curto espaço de três anos, conseguimos o inimaginável impeachment da quadrilha
do PT & CIA. No cenário político, entretanto, não tínhamos um panorama viável no campo liberal e conservador. Todos se lembram: Bolsonaro era uma figura caricata e constantemente ridicularizada pela grande mídia.
Novamente,
foi preciso coragem para romper o preconceito e apoiar o candidato de
um partido nanico, sem tempo de televisão e coligações. Para a surpresa geral,
o crescimento de Bolsonaro foi exponencial deixando o establishment
atônito e motivando a tentativa de assassinato perpetrada por um ex-filiado do
PSOL. O final da história, sabemos: Contrariando todas as pesquisas, Bolsonaro foi eleito!
Mesmo
diante do sucesso de seu governo nos mais variados setores (apesar da pandemia,
guerra na Ucrânia, complô midiático e ativismo do STF) é preciso reconhecermos
que o preconceito estético contra Bolsonaro é resiliente mesmo entre eleitores
que não são esquerdistas. Obviamente estes eleitores, direta ou indiretamente, ainda são influenciados pelas narrativas fabricadas pela intelligentsia.
Pragmaticamente, o cenário em 2022 é mais favorável: Temos milhões de militantes que já venceram esse preconceito inconsistente. Estamos mais organizados. Nossa capacidade de mobilização foi novamente demonstrada no último 07 de setembro. Teremos tempo de televisão, coligações e palanques em todos os Estados. Nas redes sociais o engajamento é forte ao ponto dos nossos adversários apelarem para a censura. Entretanto, é preciso não demolir pontes com eleitores em potencial e desenvolver estratégias para combater o preconceito estético que segue sendo reverberado pela mídia enviesada.