Pico Paraná visto do Cerro Verde. |
A idade vai chegando, os compromissos
se avolumando e eis que a maioria das peregrinações ao Templo acabamos por fazer
no mundo dos sonhos, o que sempre é uma experiência mágica! Na última década e meia, felizmente, consegui
manter uma freqüência montanhística compatível com minhas possibilidades...
Pois bem. Faziam mais de cinco anos que
não visitava a maior Cordilheira do Sul do Brasil... A última
empreitada (em companhia dos Irmãos Marcos Huss e Rubens Negrão) foi um perrengue danado e tivemos que abortar a missão no Camapuã. O Tucum e o Cerro Verde ficariam
para outra oportunidade...
Recentemente, o Lucão resolveu
regressar ao Ibitiraquire. Como ele já havia feito o Pico Paraná comigo em
2010, não foi difícil convencê-lo a descortinar o privilegiado horizonte do
Tucum. Quase convenci a galera a fazer a clássica Travessia Tucum-Itapiroca que
só não arriscamos por razões de logística.
Seguindo a velha tradição do montanhismo
pé-vermelho, passamos a noite “na boleia” para amanhecer no pé da Serra no dia
21 de Abril. Na ocasião, o Lucas apadrinhou seu amigo Wesley que, apesar da
animação, conseguiu roncar da Serra do Cadeado até Curitiba! O Gambiarra nos
encontraria no Posto Túlio.
Chegamos na Fazenda da Bolinha
perto das 8:30. Devo registrar que a infra-estrutura da propriedade melhorou
muito deste 2009, ocasião em que alcançamos o cume do Ciririca em condições
climáticas totalmente alucinantes! O fluxo de Montanhistas também aumentou
surpreendentemente para quem já passou o final de semana sozinho naquelas
paragens. Os tempos são outros...
Fincamos o pé na trilha às 9:20.
A sinalização melhorou bastante e, sem maiores percalços, atingimos o cume do
Camapuan às 10:30. Fizemos uma pausa para lanchar e contemplar o maravilhoso panorama
do Pico Paraná sob um céu de brigadeiro... Sem dúvida, gozaríamos de um Sábado de Paz e Bençãos!
Eu e o Lucão no cume do Camapuã. |
Seguimos. Durante a procura pela “mina
da gruta” (nas encostas do Tucum) conhecemos um casal de Curitiba (Rafael
Picolotto e Fernanda) que trilhou conosco dali em diante. Chegamos ao Cume
perto do meio dia e montamos o acampamento. Animados, partimos para o Cerro
Verde as 12:30 - sorte que é inverno!
A descida do Tucum é
consideravelmente íngreme e o visual é maravilhoso. Trilhamos em alta
velocidade, afinal, metade da equipe estava de ataque. Logo chegamos ao fundo do
Vale. Daí em diante há vários pontos confusos. Fizemos as escolhas certas e alcançamos
o cume do Cerro Verde perto das 13:30.
Ficamos ali uns 30 minutos.
Fizemos um lanche e conversamos com o trio que estava fazendo a Travessia
Tucum-Itapiroca. Eles, por sinal, confirmaram o que nossos olhos suspeitavam:
Do cume do Cerro, estávamos mais próximos da Fazenda do Dilson do que da
Bolinha... Assinamos o Livro e voltamos!
Retorno do Cerro Verde: Ao fundo, o Tucum! |
Devido a pressa, acabamos pegando
a trilha para o Pico do Luar e Ciririca. Felizmente, logo percebemos o equívoco...
Não foi fácil subir a encosta do Tucum.
Entretanto, a visão daqueles horizontes fantásticos revivificava nosso Corpo e Espírito.
O processo tinha um caráter verdadeiramente Iniciático...
De regresso ao cume do Tucum, comemoramos
o sucesso da empreita e nos despedimos de nossos Confrades. O pôr do sol foi
deslumbrante. As nuvens logo descortinaram maravilhosas constelações. As luzes das cidades do
Litoral e da Grande Curitiba também foram alvos de nossa
admiração...
Muitos estavam na Serra para acompanhar
uma chuva de meteoros que foi confirmada por volta das 3:00 horas da madrugada.
Saí para contemplar o belíssimo fenômeno, apesar do vento e do frio intenso...
O Lucas e o Wesley permaneceram em sono profundo, apesar da nossa discreta
atividade...
No Domingo, contemplamos o
Alvorecer, emoldurado pelo nosso Templo Maior. Fizemos um lanche rápido e pé na
trilha! Às 8:15 já estávamos no Camapuan. Voltamos mais uma vez nossos olhares
para aquele Éden Abençoado... Louvores rendemos ao Eterno e, com o Espírito transbordante,
começamos a descer...
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