A
Franco Maçonaria sempre foi objeto da curiosidade humana. Inúmeras lendas são
propagadas como se verdades fossem. Com efeito, a interpretação
errônea e, por vezes dolosa, dos ritos e símbolos é prática comum que deve ser
combatida. A atitude dos Irmãos que, por
brincadeira, reforçam tais mitos no imaginário popular, colabora para a
perpetuação dos famigerados preconceitos.
Fato pacífico, a Maçonaria,
embora una, abriga vários Ritos. No Brasil, o Rito mais difundido é o Escocês
Antigo e Aceito. Por esta razão, mais escasso é o material de pesquisa sobre os
demais Ritos praticados, dentre eles o Francês, Adonhiramita, Brasileiro, Schröder, York e Emulação. A desinformação,
lamentavelmente, também é grande, mesmo entre integrantes e estudiosos da Ordem.
Muitos já se depararam com a afirmação absurda de que o Rito
Francês é ateu. Ora não existe um rito ateu na Maçonaria. O Rito Francês é laico e laico não é sinônimo de ateu. Laico é característica do que ou
daquele que não faz parte do clero; que não recebe influência e não pertence à instituição
ou ordem religiosa; Neste sentido, o Rito Francês é laico, como laica é, evidentemente, a própria Maçonaria.
A tolerância, o respeito mútuo e a liberdade absoluta de
consciência são os princípios norteadores do Rito Francês. Neste sentido, cada
Irmão é livre para professar sua fé de acordo com sua consciência.
Diferentemente de outros Ritos, não é exigido do Recipiendário um vínculo
religioso. Durante o processo de admissão o tema sequer é mencionado. Eis um diferencial
louvável do Rito!
Embora laico, o Rito Francês segue às disposições da
Constituição de Anderson de 1723 (base legal da Maçonaria Especulativa) em
cujas páginas se lê: “O maçom está
obrigado, por vocação a praticar a moral; e se compreender bem o seu dever
nunca se converterá em um estúpido ateu ou em um irreligioso libertino”.
Pois bem. Acrescente-se ainda o fato da Bíblia Sagrada ser o alicerce
comum a todos os Ritos. Passagens, eventos e personagens bíblicos são referências
fundamentais para a Maçonaria. Assim sendo, as Lojas de Rito Francês do
Grande Oriente do Paraná, adotaram a presença da Bíblia em seus
trabalhos. No caso de haver, nos quadros da Loja, Irmãos que professem fé
diversa da Judaica ou Cristã as presenças dos respectivos Livros Sagrados podem
(e devem) ser adotadas.
De modo efetivo, o credo dos
Irmãos e os Tratados Internacionais de Reconhecimento são respeitados pelas
Lojas de Rito Francês. Vê-se assim que esta história de rito ateu é tão fantasiosa
quanto as velhas lendas envolvendo o bode preto, vinho no crânio, pacto de
sangue e outras invencionices do gênero!
Justo e Perfeito. Fora ateu, dificilmente seria um dos mais praticados no mundo e muito menos o rito oficial do próprio GOB.
ResponderExcluirParabéns pelo texto.