No cume do Baú. |
Quem
se programa para conhecer a região de Campos do Jordão não pode deixar de conhecer a Pedra do Baú em hipótese alguma! A imponente rocha é o ponto culminante (1.950
metros s.n.m) do Complexo do Baú,
um belíssimo conjunto de rochas gnáissicas
localizado em São Bento do Sapucaí, São Paulo.
Pois bem. Ouvi falar do Baú
nos tempos de UEL. Em 2004, o pai de meu amigo Fábio Vieira Costa Cardoso (que
é de Guaratinguetá) me levou para conhecer Campos do Jordão. Foi ele quem me
falou da existência desta Pedra...
Curioso, fui pesquisando
mais sobre a Montanha e acabei por tomar a seguinte resolução: Se
algum dia tivesse a oportunidade de voltar à região subiria o Baú. Em meados de 2016, minha esposa comentou que participaria de um
Congresso de Imunologia em Campos do Jordão: Bingo, tô dentro!
Já há alguns anos que a Pâ
vem ensaiando iniciar-se no Montanhismo. Desta vez o condicionamento físico e
mental dela estavam perfeitos! Chegamos a Campos do Jordão na noite de sexta (28
de Outubro). Combinamos de subir a Pedra no Domingo, 30. No Sábado, alternamos
os compromissos da esposa com passeios pela cidade, Pico do Itapeva, Horto
Florestal e, claro, umas cervejas...
No Sábado, rolou aquela
ansiedade básica. No alto da colina do intrigante Museu Felícia Leiner avistamos a Pedra do
Baú. A Pâ se impressionou, mas não titubeou! Saímos do coquetel a tempo de
comprarmos víveres para a empreita.
Pedra Ana Chata vista da Via Ferrata |
Apesar da ansiedade,
dormimos bem! Saímos do hotel às 8h e chegamos no Parque perto das 9h. Fomos
informados que a face sul (mais rápida) estava interditada. Teríamos que contornar
o Baú e subir pela face norte.
Ficamos inquietos com este
imprevisto, mas metemos o pé na trilha, pois a Pâmela apresentaria Painel por
volta das 18h... Parêntesis para a aparição de um veado silvestre... Eita bicho
ágil e que olhos expressivos! Em questão de segundos ele desapareceu no campo...
Não deu tempo de mostrar a Pâ! Seguimos...
Após uma rápida pernada
chegamos a um platô e perdemos o fôlego com a imponência do Baú sob o céu azul!
Uma pequena pausa contemplativa e pé na trilha (que são batidas e bem sinalizadas)...
Após 1h de caminhada por uma belíssima floresta chegamos ao pé do Paredão.
Agora era a hora da verdade!
Pâmela na Via Ferrata da Face Norte. |
A Pâ olhou os 400 metros
verticais e pediu uma pausa... Os Primatas do Baú (pessoal muito bacana)
estavam guiando um pessoal ao cume. Conversamos um pouco sobre Montanhas e comentei
que era a primeira ascensão da minha esposa... A galera deu as boas vindas e
incentivos! Momento de começarmos a subir...
Para quem conhece, a pegada
do Baú é comparável a do nosso belíssimo Abrolhos, no Marumbi. Durante a escalaminhada contei a Pâ a história
dos Irmãos Cortez (João e Antônio Teixeira de Souza) os primeiros a subir o Baú
com unhas e dentes! Nos idos de 1940 foram construídas as
vias Ferratas (Sul e Norte) e o primeiro abrigo de Montanha do Brasil sob o
patrocínio do empresário visionário Luís Dumont Vilares, sobrinho de Santos Dumont e amigo de Antônio Cortez!
No
cume tivemos um 360º fodástico da Serra da Mantiqueira, Sul de Minas, Campos do
Jordão e do bucólico município de São Bento do Sapucaí. Parêntesis as ruínas do
primeiro Abrigo de Montanha do Brasil cujos alicerces ainda resistem apesar dos
ataques de vândalos ao longo das décadas...
Fizemos
um lanchinho básico e percorremos toda extensão do cume. Isto levou cerca de 30
minutos. As 11h30 começamos a descer. Concluída a descida da via ferrata a
adrenalina baixou. Fizemos algumas
pausas para absorver a intensa experiência e recuperar o fôlego. Chegamos ao
carro 1h30 da tarde.
Tomamos um choop em Campos. As 16h
acompanhei a Pâ ao Congresso e as
22h encerramos a noite em uma churrascaria muito aconchegante. No dia seguinte
retornamos à Rolândia. Foi uma viagem inesquecível... Família que vai a Montanha unida, permanece unida! Parabéns Princesa: Bem vinda à Confraria!
No cume da Pedra do Baú. |
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